Além da Letra

"Cada enunciado é um elo de uma cadeia muito complexa de outros enunciados" Mickail Bakhtin

segunda-feira, setembro 25, 2006

Educação Moral

Texto resumo criado pela equipe pedagógica do IBEM.

A EducaçãoEntendemos a educação como sendo formadora da moral e da inteligência do homem, em outras palavras, como sendo o elemento que desenvolve toda a potencialidade existente no ser humano, por isso que compreender a educação é saber direcionar o homem no mundo.Educar é transformar.Educar é potencializar.Educar é trabalhar tanto a inteligência quanto a moral, para que o homem saiba, através da moral, o que fazer da inteligência.Compete à educação levar o homem para objetivos definidos em sua vida, em que ele tome atitudes baseadas na sua plena consciência, sabendo que não vive isolado ou apenas para si, mas numa coletividade, numa sociedade organizada em que, se tem direitos, possui também deveres.A educação do caráter gera responsabilidades.A educação moral gera seres sensibilizados, com sentimento no coração, que irão buscar o desenvolvimento da inteligência para o progresso comum.A educação é, acima de tudo:
qualidade;
trabalho interior;
floração de dentro para fora.
Educar é extrair do educando tudo aquilo que ele traz em si mesmo, na forma de potência, fazendo com que ele se revele através do que possui, exercitando a conquista de si mesmo e do conhecimento. Para educar precisamos ter educadores, ou seja, pessoas conscientes que sua atuação é de orientador, estimulador, com muito amor pela tarefa da educação e com sensibilidade para saber trabalhar as diferenças apresentadas pelos educandos. Todo educador é um estudioso da pedagogia.Professor, não se limite a cumprir um currículo dando aulas dentro de uma sala de aula. Seja, acima de tudo, um educador. Preocupa-se em ficar sempre atualizado. Respeite os estágios de desenvolvimento psicológico do educando. Integre-se na escola e saiba porque você educa. Para isso, procure inteirar-se da filosofia que rege o sistema educacional, a escola e o currículo.
O HomemO homem é um ser espiritual dotado de moral e inteligência. Tanto a moral, ou sentimento, e a inteligência, tem sua sede na alma, sendo o corpo físico um instrumento da alma. A moral e a inteligência são princípios ativos que se desenvolvem de acordo com os estímulos que a educação propicia, considerando-se a educação formal dada pela escola e pela família como a educação dada pela vida, porque o ato de viver já é um ato de educação. A vida é educação porque está plenificada numa filosofia que supera, transcende o conhecimento humano, e onde tudo é harmonia.Resumindo:
homem = ser integral { moral e inteligência } = princípios ativos desenvolvidos pela educação.
Educação = escola + família + vida.
A MoralMoral é a regra da boa conduta, da distinção que fazemos entre o que é bom e o que é ruim, para nós e para os outros, utilizando um ensino milenar daquele que se considerava Mestre: façamos aos outros somente o que queremos eles nos façam.O homem moral se preocupa com o interior para melhor equacionar o exterior. A cultura tem o valor que merece mas a conquista de virtudes é primordial. Ele valoriza a alma antes que o corpo e percebe este corpo como parte de si mesmo, que também deve ser cuidado enquanto instrumento de crescimento para a alma.A educação moral irá trabalhar com duas realidades essenciais: o bem e o mal, o que é bom e o que é ruim na formação do caráter. Este nosso enunciado pode levar muitos teóricos da educação julgarem ser necessário estabelecer o que deve ser ensinado e o que não deve ser ensinado, mas não é isso o que estamos propondo, mesmo porque tudo deve ser ensinado, ou melhor, tudo deve ser facultado ao educando conhecer, ao mesmo tempo em que, exercitando suas potencialidades morais e intelectuais, sob a orientação do educador, vai separando o joio do trigo, entendendo o que lhe faz bem ao caráter e faz bem para o próximo na sua conduta social.O educando é livre para estudar, para aprender, para conhecer, competindo ao processo da educação coordenar o ensino, levando o educando a conquistar plena consciência de si mesmo, com liberdade. Liberdade que é acompanhada de responsabilidade, pois a regra áurea da moral é fazer ao próximo o que se queira também que ele nos faça.A educação moral promove homens de bem que tirarão do papel a declaração dos direitos humanos, e só esse resultado já basta para concluirmos sobre sua fundamental importância.Exercícios constantes, individuais e sociais, devem estimular a compreensão das virtudes e sua incorporação pela criança, assim como o diálogo sobre os acontecimentos sociais que envolvem seu viver devem facultar a tomada de consciência sobre si mesma e a opção pelo bem. Dizemos opção porque a educação moral não pode ser imposta, ela deve ser adquirida, interiorizada, a partir das próprias potencialidades latentes, motivo pelo qual é uma educação de dentro para fora. É um processo lento que pede por parte do educador o acompanhamento individual tanto quanto possível, mas cujos resultados desabrocham mais tarde como as flores das sementes.Entre as virtudes, podemos destacar as seguintes:
consciência dos deveres a cumprir;
respeito aos direitos alheios;
solidariedade para com os demais;
saber trabalhar em grupo ofuscando o egoísmo;
utilizar a inteligência para o progresso coletivo;
ser humilde, compreendendo que mesmo o mais inteligente dos homens não sabe todas as coisas;
exercício da fraternidade sem preconceitos;
tolerância para com as faltas alheias porque também possuímos nossas próprias falhas;
igualdade perante a lei promovendo a justiça equilibrada;
espírito de renúncia para promover a concórdia;
honestidade nas relações sociais e familiares;
ação constante no bem.
Processo Ensino-AprendizagemNenhum processo ensino-aprendizagem é completamente válido se desvinculado da realidade prática da vida - do ponto de vista do uso da inteligência - e também da realidade fundamental da vida - do ponto de vista moral.O existir possui duas referências.Uma, imediata, que é o viver em sociedade, de acordo com as leis humanas e biológicas.Outra, não menos imediata, mas num estágio superior à primeira, nas relações morais entre os indivíduos e sua destinação futura, no reconhecimento da dualidade corpo-alma.O processo ensino-aprendizagem necessita trabalhar essas duas referências sob pena de ficar cego de uma vista, como aliás tem sido até o momento.Uma avaliação correta do processo ensino-aprendizagem só pode ser feita através da implantação de uma nova dinâmica do sistema avaliativo do educando, pois a prática intelectual e moral depende inteiramente da capacidade do educando em aplicar o conhecimento adquirido, e essa aquisição também depende dos estímulos que lhe são oferecidos.Propomos que a avaliação seja feita levando-se em conta o rendimento escolar, abolindo-se a expressão em conceitos determinados por provas, testes e exames. Essa nova dinâmica do sistema de avaliação do educando no processo ensino-aprendizagem pode ser resumida através de:
uma avaliação contínua;
verificada através dos aspectos formativos da inteligência e do caráter;
registrada em fichas de acompanhamento individual;
segundo critérios pré-estabelecidos;
feita tomando como base os objetivos da escola e do plano de curso adotado;
expressa ao término do ano letivo por um pronunciamento final que representará a análise do aproveitamento escolar em termos de crescimento potencial do educando.
Critérios BásicosEducação com Amor - a educação é um ato de amor. Cada educando é uma inteligência despertando para a vida, e mais do que isso, é uma consciência moral que desabrocha. Essa inteligência e essa consciência precisam de aceitação e compreensão, pois do contrário se ressecam, tornam-se amargas, voltam-se para a rebeldia e a maldade. Educar é amar porque a educação é a ajuda, o amparo, o estímulo. A violência - física e moral - contra o educando é um estímulo negativo que desperta as suas reações inferiores. Só o amor educa, fazendo-os crescer no bem.Educação com Exemplo - o exemplo é uma didática viva. Nossos exemplos exercem maior influência do que as nossas palavras. Ensinamos o que não fazemos e queremos que os educandos sigam nossas palavras. O psiquismo infantil é como uma janela aberta, no lar e na escola, haurindo as influências dos indivíduos à sua volta, dos organismos sociais e do ambiente, razão pela qual devemos procurar integrar pais e professores na ação educativa, pois o exemplo é a mais ampla e profunda didática que pode ser aplicada ao educando. Pais e professores que derem bons exemplos de conduta moral e de uso da inteligência para o bem comum estarão perfeitamente integrados no fim supremo da educação, que é formar o caráter, o cidadão consciente de seus deveres e dos direitos que cabem não somente a ele, mas a todos, igualmente. Façamos, portanto, aquilo que falamos, para que a teoria se transforme em prática.Educação com Experiência Própria - o educando aprende pela experiência. Quando colocado frente a uma situação real ou simulada, próxima à realidade; quando o educando se vê diante de uma situação-problema em que ele tem de encontrar a solução, então aprende a raciocinar, a analisar, a pensar e a agir. O educando não aprende decorando definições mas compreendendo conceitos. Pela prática ele compreenderá a teoria e não o inverso. O processo ensino-aprendizagem deve oferecer experiências conjugadas com a teoria, para que o educando venha a desvendar os mistérios da vida em conjugação harmônica com Deus, através da compreensão, da lógica, do bom-senso e da realidade moral do viver.
O Espírito da Educação MoralCompreendemos o espírito da educação dentro da seguinte proposta:
A educação - na escola e na família - deve ser regida por uma filosofia espiritualizante;
essa filosofia deve basear-se na visão do ser integral;
o primeiro objetivo da educação através dessa filosofia é a formação moral do educando:
o segundo objetivo da educação através dessa filosofia é a espiritualização do educando;
no esforço educacional a escola deve integrar-se com a família e a família com a escola;
compreende-se formação moral como sendo a formação do caráter do educando, através da compreensão das virtudes e sua prática;
para que se possa plenamente fazer a formação moral, o ensino deve estar conjugado com a realidade vivencial do educando;
currículo, no espírito da educação, conjugará a formação intelectual, fazendo com que a primeira discipline e oriente a segunda;
tanto quanto possível, a escola deve refletir a família;
os professores devem educar com amor, tornando-se segundos pais e mães;
lar deve ser compreendido como unidade social educadora por excelência;
as provas e testes devem ser abolidos e substituídos por uma avaliação que leve em conta o progresso contínuo do educando, seu interesse e sua vivência dos ensinos.
Não há verdadeira educação sem que os educadores estejam conscientes da filosofia que orienta o processo educacional. Se você quiser conhecer com profundidade a Educação Moral adquira a apostila O Espírito da Educação, publicada pelo IBEM, através da nossa Central de Atendimento